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Agenda Cultural

“Sons de Resistência de Luís Bittencourt | _DesConcertos_”

Sons de Resistência é o título do mais recente concerto de Luís Bittencourt e um dos seus projetos mais arrojados até a data. No mundo globalizado, conectado e tecnológico, afetado por diferentes problemas sociais e formas de opressão sentidas no contexto atual, as práticas de resistência questionam os princípios de ordenação e conservação da vida em sociedade. A música e arte possuem a capacidade de atingir lugares na mente humana em que a opressão não alcança. Isto fortalece a capacidade de resistir com a potência para atravessar instituições e organizações, de modo a contestar seus modos de funcionamento e colaborar com novas produções de significados. Assim, este concerto propõe a reflexão sobre a resistência necessária diante das fronteiras que segregam pessoas e culturas. Resistência à opressão das identidades padronizadas. Resistência às desigualdades e aos desafios do mundo contemporâneo através do fazer música com aquilo que se tem à mão: um instrumento musical requintado ou objetos vulgares como uma palete de madeira e sacos plásticos. Pretende-se resistir também aos ideais estéticos (e, por vezes, estáticos!) e dominantes que separam sons musicais de sons não-musicais, música e ruído, entre outras possibilidades.

Ciclo_DesConcertos_
Programas por vezes desconcertantes, num formato menos convencional e porventura nem sempre nos espaços mais convencionais do Convento São Francisco.


Ficha Artística
Percussão: Luís Bittencourt
Sound design: Tiago Lestre
Vídeo: Flávio Almeida
Manager: Tatiana Vargas 


Programa

Tan Dun
Water Music (2004)  - c. 18 min

Gabriel Prokofiev
Import/Export: Percussion Suite for Global Junk* (2008) - c.33 min
Sound Designer:Tiago Lestre 
Vídeos: Flávio Almeida

Voyage 1: On Land

Voyage 2: Engine Multiplier

Voyage 3: Cloudburst

Voyage 4: Plastic Invasion

Voyage 5: Fanta

Voyage 6: Tropical Shores

Voyage 7: Memories of a wooden workhorse

Pedro Junqueira Maia
Xcuse Me While I Kiss the Sky (2010) - c.10 min

*Estreia nacional

Water Music (2004) -  Tan Dun (1957) - c. 18 min
Water Music explora o potencial da água como um genuíno instrumento de percussão e sua capacidade de alterar ou amplificar o som de outros instrumentos que são colocados em contato com o líquido. Uma obra abstrata e aberta à interpretação, Water Music é originalmente concebida para quarteto de percussão, mas pode também, de acordo com o compositor, ser apresentada como um solo em que "o intérprete é livre para escolher quais partes da obra deseja apresentar”. A liberdade oferecida ao intérprete para estruturar a obra instiga a criatividade e exerce uma notável influência na performance, pois a estrutura adoptada depende de sua reflexão e escolhas. 
Water Music também traz consigo a ideia do compositor de "música para ser ouvida de maneira visual e observada de maneira sonora", através da inclusão de elementos que geralmente possuem um valor secundário na composição musical tradicional, tais como: o espaço, a visualidade, a performance e a plasticidade. Uma das principais inspirações de Dun para compor Water Music foram os sons aquáticos produzidos pela primeira ecografia realizada durante a gravidez de sua esposa: "De repente eu ouvi um belo som de água e pensei: este é o primeiro som que os seres humanos ouvem”.

Import/Export: Percussion Suite for Global Junk* (2008) - Gabriel Prokofiev (1975) - c. 33 min
Globalização, lixo, política, economia: estas são apenas algumas das questões implícitas em Import/Export: Percussion suite for global junk, um solo para percussão do compositor, produtor musical e DJ Gabriel Prokofiev. Uma obra diversa e imprevisível que apresenta um quarteto de objetos comuns como instrumentos musicais protagonistas: um bidão de combustível, uma palete de madeira, sacos plásticos e garrafas de refrigerante. Objetos verdadeiramente globais que podem ser encontrados em qualquer lugar do planeta, que viajam pelo mundo afora transportando, poluindo e mantendo a economia moderna em movimento — mensageiros inocentes, mas destrutivos, de um sempre faminto free-market. Além destes objetos, Import/Export usa o processamento sonoro digital para ampliar os sons naturais destes materiais (metal, madeira, plástico e vidro), o que resulta em um música com uma gama diversificada de texturas e timbres. Composta em 7 movimentos ou "viagens sonoras”, a obra preza por um senso de estrutura, melodia e harmonia herdado da tradição musical clássica da família Prokofiev, apesar de sua instrumentação incomum. "Import/Export is that rare achievement: music wholly sufficient in itself that is shot through with the cultural fall-out which inspired it” (Gramophone, UK).


Xcuse Me While I Kiss the Sky (2010) - Pedro Junqueira Maia (1971) - c. 10 min
Na génese de ’xcuse me while i kiss the sky’ esteve uma singela tentativa de relembrar dois autores que me foram, em situações relevantes, de importância superlativa: John Cage e Jimi Hendrix. O primeiro é representado por todos os ruídos que são produzidos pelo percussionista, a partir de objetos sonoros como papéis, jornais, plásticos, lápis, bolhas de ar, pedras, copos, fita‐cola, etc.; o segundo através da presença de uma guitarra eléctrica distorcida (que melhor maneira de homenagear Hendrix), um instrumento que aqui terá, inclusive, direito a uma secção de cadenza ao estilo da clássica forma do concerto solista. A obra procura a integração entre elementos improvisados e escritos – a electrónica, um ‘gesto’ sonoro de características densas, rugosas e que se procuram em perpétuo movimento, foi construída a partir dos mais variados sons que surgiram de uma pesquisa abrangente sobre as tendências musicais à altura da sua feitura (algumas mais, outras talvez menos) e serve de estrito fio condutor da peça. Ao percussionista é pedido que reaja à electrónica com os sons que produz com os objectos/instrumentos à sua disposição. Cabe, assim, ao percussionista uma interacção em tempo real com a electrónica, agindo, em jeito de improvisação que se procura controlada, como imitação, variação, repetição contrastante da electrónica propriamente dita.” (Pedro Junqueira Maia)


Classificação Etária
M/12


Duração
60 minutos


Informações
Bilheteira: 239 857 191
bilheteira@coimbraconvento.pt


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Bilhete único: 5€


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